Finalmente o Motocross regressou à localidade de Vila Ruiva, bem próximo de Nelas, no passado dia 21 para aquela que foi a sexta e última etapa do ano do Campeonato Regional PentaControl Mx. Inicialmente agendada para o mês de Agosto, esta ronda viu os fogos que assolaram o nosso país obrigar ao adiamento da data inicial, algo que mesmo assim não demoveu os participantes de se deslocarem a esta localidade beirã tendo sobressaído Tomás Santos ao dominar todos os acontecimentos ao longo do dia e Dinis Sousa que, finalmente, atingiu o tão almejado título.

Com as verificações técnicas ainda a terem início no dia de sábado, foi somente no domingo que os vinte e dois pilotos presentes para competir na classe Elite puderem percorrer os mil e trezentos metros de perímetro do Crossódromo do Vale do Gorgulhão, circuito que, pese embora todos os esforços da organização, ainda apresentou algum pó devido ao calor e muito vento que se foi sentindo. Foi nessas condições que os concorrentes seguiram para a pista para as sessões de treinos matinais e, naquela que define a ordem de entrada para a grelha de partida, coube a Tomás Santos (#247) a melhor volta à pista relegando para segundo posto o líder do Campeonato Dinis Sousa (#69), mas já a quase dois segundos de atraso. Também à vontade face à concorrência Francisco Matias (#294) não teve dificuldade em ser o terceiro colocado, deixando atrás de si os experientes Elias Rodrigues (#53) e Paulo Lopes (#181), sendo este último o melhor da classe Veteranos que vinha até Nelas com os dois primeiros colocados separados por apenas três pontos, sendo eles Gonçalo Carvalho (#471) e Tiago Veloso (#24).

Concluídas as sessões da manhã chegava a pausa do almoço onde o Tribu Clube Aventura tudo fez para colocar a pista nas melhores condições para, de seguida, os pilotos se começarem a perfilar atrás da grelha para o início da primeira manga. Disposto a fechar as contas do Campeonato bem cedo Dinis Sousa lançou-se como um foguete para rubricar o primeiro holeshot do dia, contudo atrás de si vinha o campeão em título Tomás Santos que não demorava muito a tomar as rédeas das operações, surgindo já na liderança à primeira passagem pela linha de meta. No que à vitória diz respeito não existiu grande história para contar pois Santos foi sempre bastante mais rápido que o restante pelotão, cravando um fosso superior a quarenta segundos no momento que a bandeira axadrezada foi mostrada, tendo Sousa que se contentar com o lugar intermédio do pódio o que ainda assim foi suficiente para garantir, antecipadamente, o tão desejado título da classe Elite. No entanto o piloto da Kawasaki não se podia distrair muito já que o único piloto presente que ainda lhe podia negar o Campeonato, Francisco Matias, nunca perdeu muito tempo e manteve-se sempre à espreita de qualquer desaire. Como tal não aconteceu o piloto espanhol não foi além de terceiro, bastante distanciado daquela que foi, sem margem para dúvidas, a luta que mais atenções prendeu nesta manga. Inicialmente composta por cinco pilotos, a luta pelo quarto lugar esteve ao rubro do início ao fim e, apesar de ter chamado a si esse lugar por todas as voltas, Paulo Lopes teve uma pressão contínua por parte dos perseguidores que, aos poucos, foram perdendo o ímpeto o que deixava somente Elias Rodrigues na cola do piloto Veterano. Numa fase já mais terminal da primeira manga também o piloto da Yamaha a dois tempos começava a perder alguns segundos para o seu opositor o que permitia assim a Lopes ser o quarto classificado, relegando Elias Rodrigues para um tranquilo quinto posto. Quanto aos pilotos que se seguiram, pese embora tenham perdido para os dois citados anteriormente com o passar das voltas, não baixaram os braços e mantiveram, entre si, uma luta particular que envolvia o conhecido Mário Patrão (#7), o habitué Luís Rodrigues (#836) e o estreante Rui Sousa (#690). Inicialmente cabia a Rodrigues o melhor lugar, defendendo-se o melhor que conseguia das investidas do duo perseguidor, no entanto à oitava volta já víamos Patrão a surgir em sexto, mas sempre com o piloto da Yamaha e o jovem da Fantic colados. Infelizmente para o experiente piloto dos Rally Raids esta foi uma situação de corrida que durou apenas cinco voltas pois quando entraram nas últimas duas voltas sofria um revés que o fazia perder tempo precioso, entregando novamente de bandeja o sexto posto a Luís Rodrigues e segundo melhor Veterano, vendo igualmente Rui Sousa suplanta-lo para ser o sétimo colocado. Refeito do azar Mário Patrão não iria assim além da oitava marca e terceiro Veterano, relegando um solitário Carlos Gonçalves (#12) para nono e Tomás Mariana (#99) para décimo, mas este sem poder relaxar já que Tiago Veloso vinha em recuperação para tentar amealhar o máximo de pontos nos Veteranos conseguindo mesmo ganhar dois a Gonçalo Carvalho que não iria além de décimo segundo.

Retemperadas as energias durante o intervalo onde as restantes classes se encontravam em pista chegava o momento da última decisão do dia e, se na classe Elite já era conhecido o Campeão, na classe Veteranos um único ponto separava agora o primeiro e o segundo colocado o que fazia antever muitas lutas. Caída a grelha de partida para a segunda manga Dinis Sousa voltava a superiorizar-se ao restante pelotão na luta pelo holeshot, mas a história da anterior repetiu-se com Tomás Santos a segui-lo e a tomar o comando das operações ainda na volta inaugural. Pese embora nas voltas iniciais o piloto da Kawasaki ainda tenha mantido o jovem da Triumph na sua mira, com o passar do tempo o fosso entre ambos foi-se alargando até ao ponto em que, na bandeira de xadrez, quase vinte e quatro segundos separaram os dois dominadores dos acontecimentos. A replicar o sucedido anteriormente e não sendo capaz de acompanhar o duo da frente, Francisco Matias não sentiu qualquer dificuldade para ser o terceiro colocado durante todo o tempo, deixando atrás de si mais uma luta titânica entre vários pilotos pelo quarto lugar. Inicialmente Paulo Lopes voltava a surgir na dianteira face à concorrência que era composta por Luís Rodrigues, Elias Rodrigues e Rui Sousa, contudo na terceira volta já era o piloto da moto a dois tempos que alcançava o quarto posto ultrapassando os seus dois adversários de forma célere. Não baixando os braços Lopes continuou a insistir para tentar recuperar o que era seu, algo que acabou mesmo por acontecer quatro voltas depois, mantendo-se essa situação de corrida até ao final da prova embora com várias fases da corrida em que os pilotos rodavam praticamente lado a lado. O equilíbrio foi tal que até à última curva os ataques se sucederam para procurar alterar a ordem da tabela classificativa e somente um segundo e meio separaram o quarto classificado Paulo Lopes do sexto colocado Rui Sousa, ficando no lugar intermédio Elias Rodrigues. Bem mais descanso esteve Luís Rodrigues que, depois de não conseguir acompanhar o andamento dos pilotos que terminaram à sua frente, limitou-se a controlar o adianto que trazia dos perseguidores que acabariam por ser encabeçados por Mário Patrão, piloto que desta vez não teve dos melhores inícios e demorou um pouco a chegar mais à frente impedindo-o de obter melhor que o oitavo posto. Tal como anteriormente Carlos Gonçalves voltou a ser um solitário nono colocado, deixando bastante para trás Tomás Mariana que repetia o décimo posto. Na luta pelo título Veterano Gonçalo Carvalho voltava a ter melhor início que Tiago Veloso e, pese embora este ainda tenha procurado fazer uma recuperação como já nos habituou, não foi suficiente para impedir o piloto da Yamaha de se sagrar como primeiro Campeão nesta classe do Regional PentaControl.

Terminado mais um excelente dia de corridas chegava o momento do apuramento das contas finais e, sem grandes surpresas pois o escalonamento foi o mesmo de ambas as mangas, Tomás Santos ocupou o lugar mais alto do pódio sendo ladeado por Dinis Sousa e Francisco Matias, cabendo a Paulo Lopes e Elias Rodrigues o fecho do top 5. No caso da classe Veteranos também foi fácil de apurar quem eram os melhores com Paulo Lopes a vencer adiante de Luís Rodrigues, Mário Patrão, Horácio Chaves (#117) e Gonçalo Carvalho. No que aos Campeonatos diz respeito, na classe Elite Dinis Sousa foi o grande vencedor levando a melhor sobre o estreante na classe máxima Francisco Matias, enquanto Francisco Salgueiro Jr., apesar de ausente desta ronda, ainda atingiu o último lugar do pódio na frente dos regulares Elias Rodrigues e Gonçalo Carvalho. Este último foi precisamente o Veterano mais pontuado neste ano de estreia da classe no Regional PentaControl, levando a melhor sobre Tiago Veloso por somente quatro pontos, ficando Horácio Chaves, Paulo Lopes e Luís Rodrigues nos postos seguintes.

Com a temporada concluída resta-nos agradecer, em nome de todo o staff da PentaControl, todo o empenho demonstrado pelas organizações que fizeram parte desta competição, todo o esforço e dedicação dos pilotos que deram muito espetáculo ao longo das seis rondas, a todos os seus acompanhantes pela forma como se comportaram e pelo apoio dado aos seus pilotos e, não menos importante, a todo o público que nos agraciou com a sua presença nas nossas corridas. O Campeonato está terminado, mas quem ainda queira fazer algumas corridas alertamos que já no próximo dia 5 de Outubro haverá um evento extra-campeonato em Ferreira D’Aves em conjunto com a quarta ronda do Troféu Regional Quadrace. Não percam.

TEXTO: BIKERZ PRESS

FOTOS: TRIBU CLUBE AVENTURA / NELSON ALMEIDA