O passado fim de semana marcou o encerramento da temporada 2025 para o Campeonato Regional PentaControl Mx naquela que representou a sexta edição do Grande Prémio de Motocross Vinho Do Dão, situado em Nelas. Inicialmente agendado para o mês de Agosto os fogos que atingiram a zona centro do país levaram a um adiamento para o passado dia 21 onde se viu, na classe Promoção, um domínio completo por parte de Hugo Carvalho desde os treinos cronometrados até que a bandeira de xadrez foi apresentada na segunda manga.

Com o sol a brilhar no céu o dia de competição apresentou desafios consideráveis para os vinte pilotos que se deslocaram até ao Crossódromo do Vale do Gorgulhão onde o vento forte e constante aliado ao calor que se fazia sentir causavam bastantes dificuldades ao Tribu Clube Aventura na sua tarefa de tentar debelar o pó que existia na pista. Como habitual a manhã começou com as sessões de treinos e, na cronometrada, a mais importante que ditaria a ordem de entrada para as corridas da tarde, Hugo Carvalho (#87) superiorizou-se a toda a concorrência por mais de dois segundos, relegando para segundo um dos animadores da ronda anterior Eduardo Oliveira (#616). Com a confirmação de que esta seria a última ronda de 2025 Filipe Cunha (#179) apresentava-se com motivos para festejar ao ter o título assegurado, mas ainda assim procurava manter a senda vitoriosa ativa acabando por ser desta feita o terceiro mais rápido na frente de David Carballo (#241) e Tiago Nogueira (#978).

Depois de recuperadas as energias durante o período do almoço chegava o momento dos pilotos se perfilarem atrás da grelha de partida para a primeira disputa do dia e, assim que esta atingiu o solo, Hugo Carvalho saiu disparado para o comando das operações trazendo atrás de si Eduardo Oliveira e João Cunha (#10), ao passo que o campeão Filipe Cunha surgia muito atrasado na primeira volta e com trabalho redobrado pela frente. Indiferente a tudo aquilo que se ia passando atrás de si Carvalho começava a ganhar segundos atrás de segundos face ao seu principal perseguidor, concluindo com bastante à-vontade no lugar mais alto do pódio após uma prova em que somente Filipe Cunha realizava voltas ao mesmo nível das suas de forma consistente. Se pela liderança não existia história muitos poderiam pensar que no lugar seguinte iria acontecer o mesmo já que Eduardo Oliveira seguia isolado do resto do pelotão, contudo Filipe Cunha não baixava os braços e ganhava postos volta atrás de volta ao ponto de, a quatro voltas do término, se chegar ao adversário da KTM e levar a melhor subindo assim ao lugar intermédio do pódio relegando Oliveira para o terceiro lugar não muito longe de si. Bem diferente foi o que se viu mais atrás já que vários pilotos lutavam por entrar no top 5, cabendo a David Carballo a melhor posição ao rodar consistentemente em quarto, mas com muita pressão por parte de Afonso Moreira (#25) que aqui fazia a sua segunda aparição da temporada e de Tiago Nogueira que subia do meio de pelotão de forma célere até se instalar em quinto. Pese embora a proximidade entre estes concorrentes esta foi a ordem que vigorou quase todo o tempo até que, a duas voltas do final, havia um volte face com Moreira a sofrer uma queda bastante aparatosa que o deixava bastante combalido obrigando à desistência, permitindo desta forma a que Carballo aguenta-se a quarta posição apesar do pressing final de Nogueira que assim não conseguia ir além de quinto. Nem sempre autor dos melhores arranques, a consistência de Carlos Sá (#49) colocava-o nos lugares cimeiros nas primeiras passagens pela linha de meta, conseguindo rodar de forma tranquila em sétimo quase todo o tempo até que, vindo de trás, o seu colega de equipa Hélder Figueiredo (#217) se aproximava de forma bastante perigosa, ainda assim insuficiente para suplantar o piloto da KTM, o que os colocava desta forma em sexto e sétimo respetivamente ao beneficiarem ambos da queda do outro oponente já citado. A surgir em penúltimo na primeira volta, Rafael Ribeiro (#299) foi dos pilotos que mais conseguiu subir na tabela classificativa no decorrer desta primeira manga ao ser o oitavo classificado, tendo o mérito de, só na última volta, ter levado a melhor sobre três oponentes que teriam de se contentar com a nona e décima marca, neste caso concreto Diogo Carvalho (#977) e João Cunha, ambos pilotos que surgiam nas primeiras posições inicialmente (principalmente Cunha que era terceiro), mas que aos poucos foram perdendo fulgor e claudicando perante os ataques lançados por quem terminou à sua frente.

A segunda manga acabou por ser um pouco mais monótona que a primeira, ainda que inicialmente toda a gente ficasse com a ideia de que a luta pelo triunfo seria acérrima. De facto, Hugo Carvalho voltava a ser o mais lesto no baixar da grelha de partida, mas desta vez Filipe Cunha colocava-se encostado à sua traseira na tentativa de atingir o comando das operações. Esta foi uma situação que durou muito pouco tempo já que o piloto da Yamaha demonstrou estar neste dia num patamar superior ao restante pelotão começando bem cedo a deixar o seu adversário para trás concluindo em primeiro com uma margem bastante confortável. Incapaz de acompanhar o líder, aliás como admitiu no final, Cunha tinha assim de se contentar com a vice-liderança, também ela de forma tranquila já que Eduardo Oliveira, terceiro desde a segunda volta quando ultrapassou David Carballo que ocupava no início essa posição, não conseguiu mostrar a mesma rapidez com que nos presenteou na ronda anterior, chamando a si o último lugar do pódio. Quanto ao piloto espanhol, visita regular às nossas corridas, também rodou completamente isolado no quarto posto até que a bandeira de xadrez lhe foi apresentada no final dos vinte minutos acrescidos de duas voltas de corrida, relegando Tiago Nogueira para o posto seguinte, ele que desta vez já não conseguiu lançar ataques mais à frente fruto também de ter pedido tempo precioso nas voltas inaugurais enquanto lutava com outros pilotos. Melhor no início que na primeira manga, Hélder Figueiredo desta vez conseguiria ser o sexto colocado da classificação, posição que logrou atingir somente a três voltas do final ao superiorizar-se a João Cunha, jovem que desta feita conseguiu capitalizar melhor o bom arranque atingindo assim a sétima marca. Combalido ainda da queda sofrida na manga inaugural Afonso Moreira não conseguia colocar em pista a mesma rapidez demonstrada anteriormente e acabaria por não ir além do oitavo posto terminando adiante de Carlos Sá que, depois de andar envolvido grande parte do tempo em luta com alguns adversários, se instalaria em nono onde finalizou já muito próximo do final do tempo. Regular ao longo da prova e a defender-se de vários ataques que iam surgindo Diogo Carvalho desta feita encerraria o top 10.

Resfriadas as temperaturas após duas mangas bastante difíceis chegava o momento de presentear os pilotos e, sem qualquer surpresa, Hugo Carvalho ocupou o lugar mais alto do pódio de forma incontestável, levando a melhor sobre Filipe Cunha que era segundo, Eduardo Oliveira terceiro, David Carballo quarto e Tiago Nogueira quinto, aliás uma repetição das posições obtidas por cada um em ambas as mangas. Em termos de Campeonato Filipe Cunha partia para Nelas já com o título na sua bagagem levando a melhor sobre Hugo Carvalho por sessenta e oito pontos, David Carballo fica com o último lugar do pódio deixando atrás de si Tiago Nogueira e Tiago Barbosa, top 5 este que, para 2026, subirá obrigatoriamente para a classe Elite.

Concluído a sexta e última ronda de 2025 a PentaControl deixa desta forma um agradecimento público a todos os pilotos e seus acompanhantes, todas as organizações e todo o público que se deslocou às nossas corridas neste que foi um dos anos em que as lutas foram mais intensas. Para quem ainda queira acompanhar mais corridas alertamos que no próximo dia 5 de Outubro, em Ferreira D’Aves, existirá uma corrida extra-campeonato que será realizada em conjunto com o Troféu Regional Quadrace. Não percam.

TEXTO: BIKERZ PRESS

FOTOS: TRIBU CLUBE AVENTURA / NELSON ALMEIDA