Um mês volvido e o Campeonato Regional PentaControl Mx regressou às pistas no passado fim de semana para a quarta etapa de 2025, mais concretamente ao Complexo Desportivo CrossMundão que acolheu esta espetacular modalidade pelo segundo ano consecutivo. Na classe Promoção a expetativa era grande face às incertezas e lutas vividas nas rondas anteriores, no entanto o líder Filipe Cunha aplicou a velha máxima que “a melhor defesa é o ataque” dominando por completo os acontecimentos no traçado beirão.

Muito sol e um calor abrasador foi o clima que os participantes ao Regional PentaControl encontraram na localidade de Mundão, bem próximo de Viseu, o que dificultava imenso a tarefa de todos os envolvidos, desde a organização para garantir a segurança do circuito sem pó aos pilotos que tinham de suportar duas sessões de treinos matinais e duas mangas de corrida da parte da tarde. Logo pela manhã o calor já se fazia sentir e, depois de uma sessão de treinos livres usada para conhecer o circuito, chegaram os treinos cronometrados que iriam ditar o escalonamento nas partidas da tarde. Depois de uma ronda azarada em Maio, Filipe Cunha (#179) chegava com vontade de se redimir e começou bem cedo a ditar leis ao ser o mais rápido nessa sessão, deixando o segundo colocado e principal perseguidor no Campeonato, Hugo Carvalho (#87), a quase dois segundos de diferença. Relativamente a quem se seguia as diferenças entre os pilotos eram bem mais reduzidas pois pouco mais de um segundo separavam o segundo do sexto colocado, estando o top 5 completo por Tiago Barbosa (#399) em terceiro, Pedro Azevedo (#829) em quarto e Afonso Azevedo (#267) em quinto.

Ultrapassado o horário do almoço em que a organização tudo fez para eliminar o pó que começava a fazer-se sentir no circuito era o momento dos pilotos alinharem atrás da grelha de partida para o arranque da primeira manga. E que arranque foi já que, se ninguém se conseguiu colocar à frente de Filipe Cunha pelo holeshot, mais atrás a confusão era grande com vários pilotos a sofrerem uma queda coletiva, estando entre eles um dos principais animadores da categoria e que assim saía no fundo do pelotão, o vice líder Hugo Carvalho. Tal como havia sucedido de manhã Cunha lançou-se no comando das operações iniciando de imediato uma “cavalgada” solitária ao ganhar tempo aos seus perseguidores de tal modo que cruzou a linha de chegada com mais de meio minuto de avanço sobre o segundo classificado. Mais atrás a animação era bem superior já que desde o arranque vários pilotos seguiam separados por um espaço curto, sendo encabeçados por Tiago Barbosa que se defendia da melhor maneira possível das aproximações de Afonso Azevedo, ao passo que uns segundos mais atrás era Pedro Azevedo quem tinha de se defender de Tiago Nogueira (#978). Esta foi uma situação de corrida que perdurou durante quase toda a manga de corrida e podia levar a entender que assim ficaria até final, contudo nas últimas voltas o quarto e quinto colocado juntavam-se ao segundo e terceiro e, após um forcing final, Nogueira aproveitava para subir de quinto para terceiro em apenas três voltas, não conseguindo ainda assim colocar em perigo a vice liderança ocupada por Barbosa terminando ambos por essa ordem. Com estas aproximações quem acabava por sair mais penalizado era Afonso Azevedo que, tendo rodado quase sempre em terceiro, perderia duas posições nas últimas voltas claudicando não só perante Nogueira como também face a Pedro Azevedo que, aproveitando a luta que mantinha com o jovem da Gas Gas, veio a “reboque” deste para ainda conseguiur regressar ao quarto posto que havia perdido anteriormente. Relegado para o fundo do pelotão no início como já referido, Hugo Carvalho realizou uma corrida de trás para a frente e paulatinamente foi subindo na classificação para se instalar na sexta posição quando faltavam apenas duas voltas para o final minimizando assim o prejuízo, levando a melhor sobre o estreante Afonso Moreira (#25) que não só conseguiu um arranque entre os dez primeiros como rapidamente subiu a sexto onde andou praticamente todo o tempo pese embora os perseguidores não viessem muito longe. No entanto não conseguiu resistir aos ataques de Carvalho à medida que este se aproximava tendo de se contentar em ser sétimo, levando ainda assim a melhor, com uma boa vantagem, sobre Hélder Figueiredo (#217), piloto envolvido em escaramuças com vários adversários e que levavam a trocas constantes de posição, sendo desta forma o oitavo colocado adiante de David Carballo (#241) e João Costa (#333), dois dos concorrentes que andaram sempre muito próximos entre si na luta pelos dez melhores.

Menos atribulado que o anterior, o arranque da segunda manga voltou a ver Filipe Cunha sair rápido e atingindo novo holeshot para o seu palmarés, sendo perseguido de bastante perto por um ávido grupo de opositores. Contudo, à semelhança da primeira manga, o piloto da Gas Gas não teve adversário à altura e foi cimentando a sua liderança em cada volta percorrida aos mil e quinhentos metros de perímetro do circuito, concluíndo novamente no lugar mais alto do pódio com praticamente meio minuto de avanço. De novo animada esteve a luta pelos lugares seguintes e, se dúvidas existissem, basta referir que, no final, entre o segundo e o sexto, a diferença era sensivelmente de dez segundos. Habituado a realizar excelentes arranques, Pedro Azevedo foi quem se colocou em perseguição do líder desde a primeira volta, sendo inicialmente acossado por João Costa (#610), piloto que esteve afastado da competição durante algum tempo e que este ano regressa ao Mx. No entanto o piloto da Kawasaki não conseguiu acompanhar o ritmo dos mais fortes e ao cabo de seis voltas já tinha sido suplantado por David Carballo que surgia em terceiro, Tiago Barbosa que era quarto, Hugo Carvalho em quinto, Afonso Azevedo em sexto e Tiago Nogueira era o sétimo. Ao longo dos vinte minutos acrescidos de duas voltas de tempo total de prova os quatro primeiro referenciados nunca desgrudaram uns dos outros em busca de uma melhor posição daquela que ocupavam no momento, rodando sempre muito próximos, cabendo a Pedro Azevedo a tarefa de manter todos na sua peugada, algo que conseguiu mesmo atingir já que, desde a oitava volta e até que a bandeira de xadrez foi mostrada, do segundo ao quinto não existiram alterações. No que ao sexto diz respeito Nogueira conseguiu levar a melhor sobre Afonso Azevedo quando estavam decorridas sete voltas e procurou desde logo alcançar o quarteto que seguia à sua frente, tarefa que se mostrou complicada e posteriormente comprovado que era infrutífera pois o atraso já era irremediável e não lhe permitiu atacar os oponentes. O jovem das Gas Gas teria de ser assim o sexto já bastante adiantado sobre o piloto da Husqvarna, Afonso Azevedo, ao passo que também este trazia uma margem confortável sobre o pelotão perseguidor. Uma vez mais a rodarem muito próximos entre si grande parte do tempo João Costa (#333) conseguia ser o oitavo colocado na frente de Hélder Figueiredo que, depois de um arranque entre os primeiros, perdeu algumas posições que o colocaram somente em nono, levando estes dois a melhor sobre o outro João Costa (#610) que depois do excelente início foi descendo até se instalar em décimo onde viria a concluir.

Com mais um dia recheado de grandes corridas chegava o momento de fazer as contas finais e, se no lugar mais alto do pódio não havia dúvidas quem o iria ocupar face ao domínio absoluto de Filipe Cunha, pelos lugares seguintes a incerteza era um pouco maior cabendo a Pedro Azevedo o segundo posto empatado com Tiago Barbosa, ficando a fechar o top 5 Tiago Nogueira em quarto e David Carballo em quinto. No que ao Campeonato diz respeito Cunha teve uma excelente ronda pois dilatou a sua vantagem sobre o segundo colocado Hugo Carvalho para vinte e sete pontos, embora mais atrás as diferenças sejam reduzidas com Tiago Barbosa a ser terceiro, Pedro Azevedo o quarto e David Carballo o quinto.

Dois meses é o tempo que os pilotos participantes ao Campeonato Regional PentaControl Mx terão agora para recuperar forças e se prepararem da melhor forma para a segunda metade do ano. O Circuito do Vale do Gorgulhão, situado em Vila Ruiva, Nelas, é a paragem que se segue a 10 de Agosto e, à semelhança do que tem acontecido até agora, as lutas certamente não vão faltar pelo que convidamos todos os amantes a estar presentes e a puxar pelos pilotos favoritos. Até lá, bons treinos.

TEXTO: BIKERZ PRESS

FOTOS: CSA PHOTOS