Reportagem Quadrace 2025 Tarouca - João Vale Dominador Na Classe Elite
O Complexo Motorizado Agostinho Cardoso “Makito” foi palco, no passado mês de Maio, da terceira ronda da temporada do Troféu Regional Quadrace, paragem já habitual para esta modalidade desde que a PentaControl a promove. Com o traçado em excelentes condições como o Clube Motorizado de Tarouca nos habituou foi possível assistir a um excelente espetáculo desportivo de onde sobressaiu João Vale na classe Elite depois de dominar os acontecimentos ao longo de todo o domingo.
Nove pilotos deslocaram-se até terras transmontanas para se defrontarem ao longo de um dia que se mostrou solarengo, de entre os quais se destacava a presença de nomes sonantes da modalidade do Qx em termos nacionais desde que a mesma foi criada. De entre estes o piloto mais conhecido era sem dúvida João Vale (#11), piloto que já detém vários títulos nacionais e internacionais, que desde cedo mostrou ao que vinha rubricando a volta mais rápida aos mil e seiscentos metros de perímetro deste traçado. Não muito longe deste surgia outro nome incontornável da modalidade, seja em QX, Resistências ou até mesmo FMX, nada mais nada menos que o “Trofinhas” Diogo Campos (#122), ficando a pouco mais de um segundo do líder e deixando os mais diretos perseguidores com quase cinco segundos de distância. Esta perseguição era movida pelo campeão em título da classe, Ricardo Santos (#45), que acabava por levar a melhor sobre o seu colega de equipa Bruno Castro (#30) e sobre Luís Mateus (#101), campeão de 2023.
Recuperadas as energias durante o período do almoço aproximava-se a hora de os pilotos rumarem à grelha de partida para o início da primeira de duas mangas do dia, sendo estas realizadas em conjunto com a classe Promoção. Com um alinhamento quase completo na reta de partida foi dado sinal para o início da prova e, assim que caiu a grelha, João Vale lançou-se para o comando das operações sendo perseguido de bem perto por Diogo Campos e, de entre os restantes Elite, Bruno Castro. Logo desde o início ficou demonstrado que a luta pela vitória seria entre os dois primeiros, sempre com Vale na liderança, ao passo que Campos se ia mantendo com poucos segundos de atraso, mas com sérias dificuldades em alcançar o comandante que parecia estar a controlar o seu ritmo e a distância amealhada. Acabando por não haver alterações a diferença entre os dois primeiros seria no final de quase três segundos, enquanto pelo último lugar do pódio os colegas de equipa Bruno Castro e Ricardo Santos debatiam-se entre si tal como já havia acontecido em rondas anteriores. Apesar de Castro ter rodado sempre no terceiro posto e, nas voltas iniciais, ter conseguido afastar-se da perseguição, a história à medida que o tempo se esgotava foi alterando pois Santos, após um arranque menos conseguido que o colocava a meio do pelotão na primeira volta, ia forçando por entre os oponentes para se instalar em quarto na quarta passagem pela linha de meta começando de imediato a aproximar-se do piloto da Can-Am nunca conseguindo, no entanto, suplantá-lo. Incapazes de acompanhar o ritmo imposto pelos pilotos da frente, vários outros pilotos entretinham-se na guerra pela quinta marca com Joel Sousa (#33), autor de um arranque entre os mais rápidos como já nos habituou, a surgir inicialmente nesse lugar, contudo com o passar do tempo foi perdendo algum ímpeto e permitiu que Luís Mateus e Daniel Menoita (#7) levassem a melhor, depois de entre eles terem trocado algumas vezes de posição. A partir de meio da manga o piloto da Yamaha mostrou-se mais consistente e foi sustendo as investidas do seu adversário para ser o quinto, relegando Menoita para sexto e Sousa para sétimo. A sofrer alguns problemas no início Carlos Pinto (#97) perdia muito tempo face ao resto da concorrência não indo além de oitavo, deixando no fundo da tabela Dani Correia (#313) que continua a não ter a sorte do seu lado ao abandonar com problemas mecânicos.
A história da segunda manga seria em grande parte muito semelhante à anterior já que João Vale assumiu a liderança assim que a grelha de partida baixou para os quinze minutos acrescidos de duas voltas de prova, mostrando-se desta feita bem mais rápido que os restantes iniciando desde logo uma corrida solitária, a ganhar segundos volta após volta, sobre o seu principal opositor que voltava a ser Diogo Campos. Por sua vez também este não sentia qualquer dificuldade para segurar a vice-liderança pois Bruno Castro, o terceiro colocado desde o início, não os conseguia acompanhar e as distâncias foram-se dilatando cifrando-se no final em mais de trinta segundos entre os dois com vantagem para Campos. Novamente com um péssimo início que o colocava na segunda metade do pelotão, Ricardo Santos não teve oportunidade de sonhar com melhores resultados do que a quarta marca já que quando conseguiu ascender a quarto, decorrida a quinta volta, já o seu colega levava uma confortável vantagem que o mantinha a salvo de qualquer investida vinda de trás. Ainda assim Santos não teve dificuldade em relegar para a sua retaguarda o piloto flaviense Luís Mateus que, depois de algumas escaramuças iniciais, acabou por andar na peugada de um oponente da outra classe o que lhe dava a oportunidade de afastar-se das contendas que iam surgindo nos postos seguintes. Animada desde bem cedo vinha a luta pela sexta posição que era ocupada por Daniel Menoita, com este a conseguir levar a melhor sobre Carlos Pinto e, aparentemente, sem que viesse a surgir trocas até ao final até que, a três voltas do final e quando tentava subir mais na tabela, foi projetado da sua moto ao realizar uma curva em plena aceleração perdendo tempo e voltas preciosas ao sentir bastantes dificuldades para a recolocar em marcha o que o deixava desta forma na cauda do pelotão. Beneficiando com isso Pinto ascendia a sexto e Joel Sousa, não tão forte no arranque como anteriormente, acabaria por perder alguns lugares descendo de quarto onde rodava inicialmente para sétimo onde viria a terminar. Como já referido Daniel Menoita acabaria por não se refazer a tempo da queda sofrida e não iria além de oitavo.
Relatada a história vivida ao longo das duas mangas de corrida não era muito difícil apurar as classificações gerais já que as posições dos cinco primeiros foram repetidas em ambas, o que ditava João Vale como o grande vencedor ladeado no pódio por Diogo Campos e Bruno Castro, ao passo que Ricardo Santos e Luís Mateus completavam o top 5. Em termos de Troféu Luís Mateus vai-se fazendo valer da sua regularidade para ocupar o topo da tabela neste momento com uma vantagem de dezasseis pontos sobre Daniel Menoita, enquanto Joel Sousa é atualmente o terceiro colocado com uma vantagem muito reduzida sobre Bruno Castro e Ricardo Santos, quarto e quinto respetivamente.
A cidade de Chaves será a próxima paragem para esta espetacular modalidade, a meio do mês de Agosto, para aquela que será a quarta ronda de um ano que se está a mostrar muito equilibrado e com tudo ainda em aberto nas duas classes que compõem o Troféu. As lutas têm sido uma constante e certamente que o ambiente, já de si quente pela altura do ano que é, irá escaldar ainda mais com os duelos pelos melhores lugares. Vai valer a pena pelo que esperamos por todos. Até lá, bons treinos.
TEXTO: BIKERZ PRESS
FOTOS: CSA PHOTOS