Reportagem Quadrace 2025 Vila Cova Coelheira - Ricardo Santos Regressa Aos Triunfos Numa Elite Muito Equilibrada
A localidade de Vila Cova à Coelheira acolheu, pela segunda vez na sua história, uma prova pontuável para o Troféu Regional Quadrace a meio do passado mês de Abril que, neste caso, era a segunda da temporada. Após um arranque repleto de espetacularidade o Sport Clube Vilacovense tudo fez para proporcionar as melhores condições aos pilotos presentes e nem mesmo o temporal que se abateu sobre o circuito no dia de sábado impediu os concorrentes de dar o seu melhor e de onde se superiorizou o campeão em título da classe Elite Ricardo Santos.
Com algumas melhorias face ao apresentado no ano transato, o Complexo Motorizado Dinis de Carvalho apresentava-se em excelentes condições à chegada no dia de sábado num programa diferente face ao que é normal, em dois dias, com o horário mais restrito em virtude de ser realizado em conjunto com o Regional PentaControl Mx. Uma intempérie que se abateu sobre a localidade do interior do país durante a hora do almoço do primeiro dia ainda assustou, mas o clube organizador empenhou-se ao máximo e conseguiu ultrapassar todas as dificuldades ao reparar o circuito nos seus pontos mais críticos para o dia de domingo. Com oito pilotos a dizerem “presente” para as sessões do dia na classe rainha, a Elite, a expetativa era grande com vários pilotos capazes de lutar pelo triunfo final, no entanto, nos treinos cronometrados, Simão Almeida (#22) dava a entender que se queria redimir dos azares da primeira corrida fazendo a volta mais rápida ao circuito com quase quatro segundos e meio de avanço sobre o segundo colocado Bruno Castro (#30). Daí para trás o equilíbrio já era maior com o piloto da Can Am a deixar o seu colega de equipa Ricardo Santos (#45) no terceiro posto, ele que por sua vez levava a melhor sobre Luís Mateus (#101) e Joel Sousa (#33).
Depois de retemperadas as energias ao longo do período de descanso de almoço era a hora de vermos os pilotos a alinhar atrás da grelha de partida pela ordem dos treinos cronometrados para a primeira manga da tarde. Assim que esta caiu os mais rápidos da manhã saltavam para a frente na busca da melhor posição à saída da curva inicial e, neste caso, coube a Bruno Castro o holeshot sendo de imediato seguido pelo seu colega de equipa Ricardo Santos, por Luís Mateus e por Simão Almeida que era assim quarto, embora na segunda volta já fosse terceiro encetando desde logo o trio da frente uma luta bastante interessante de se seguir. E foi assim a ordem durante as primeiras três voltas, com os três a ficarem já isolados, mas Almeida mostrou-se sempre inconformado pela posição que detinha e, à quarta volta, conseguia finalmente suplantar Santos pela vice-liderança colocando logo os olhos sobre o líder que se ia defendendo da melhor maneira possível, acabando ainda assim por claudicar uma volta mais tarde quando descia a segundo e o jovem piloto do Bombarral ascendia ao comando das operações. Contudo, e apesar das classificações não mais se terem alterado, nenhum dos três desarmou e desistiu de almejar a vitória pois rodaram sempre próximos entre si o que está bem patente na diferença final entre todos assim que foi mostrada a bandeira axadrezada. Bem mais tranquila foi a caminhada de Luís Mateus para ser o quarto colocado, lugar que ocupou desde a segunda volta, aproveitando para ir gerindo a distância que foi amealhando dos seus perseguidores encabeçados por Dani Correia (#313). Após um ano de 2024 para esquecer o piloto de Parada do Pinhão ainda não viu o azar desaparecer e durante todo o dia sofreu problemas mecânicos na sua máquina que o impediam de sonhar com voos mais altos, impossibilitando-o inclusive de participar na segunda corrida do dia. Apesar das contrariedades ainda conseguiu levar a melhor sobre Daniel Menoita (#7) que, não tendo dos melhores arranques, sentiu maiores dificuldades para subir na classificação e teve de se contentar com a sexta marca. Alheio a todas estas escaramuças Carlos Pinto (#97) não conseguiu imprimir um ritmo compatível com o que já nos habituou no passado pelo que a sétima posição foi o melhor que atingiu, deixando atrás de si Joel Sousa, piloto que infelizmente não chegou a completar nenhuma volta ao sofrer uma queda aparatosa que deixou algumas mazelas físicas e obrigou a ser encaminhado para observação pela equipa médica presente no local.
Já mais próximo do final do dia chegava a hora de nova queda da grelha de partida e, desta vez, coube a Ricardo Santos um melhor início para ser o autor do holeshot, trazendo atrás de si Simão Almeida o que fazia antever mais uma grande luta pelo triunfo. Isso realmente aconteceu, mas não foi com a presença de Almeida pois este, ainda poucos metros de corrida tinham passado, e via-se obrigado a desistir por problemas físicos num joelho aparentemente originados por uma má receção de um salto que o fez embater com a perna provocando a lesão. Com isto Santos ficava com alguma margem sobre os perseguidores que eram encabeçados por Daniel Menoita e Luís Mateus, enquanto Bruno Castro, um dos principais animadores da manga inaugural, apenas aparecia em quarto após não conseguir replicar o arranque canhão da primeira corrida do dia. Nunca baixando os braços o piloto da Can Am foi levando a melhor sobre os oponentes ao subir na tabela classificativa atingindo o segundo posto na quarta volta e com trabalho pela frente para recuperar os cerca de dez segundos que já tinha de atraso face ao líder, algo que conseguiu embora demasiado tarde para conseguiu ultrapassar o seu colega de equipa pelo que a bandeira de xadrez ditou Ricardo Santos em primeiro com escassos dois segundos de adianto sobre Bruno Castro. Um pouco mais trabalhosa foi também a tarefa de Luís Mateus pois apesar de se ter alojado em terceiro a partir da quarta volta de onde não mais saiu, desta vez não se limitou a controlar distâncias pois Daniel Menoita, aproveitando o melhor arranque realizado, exercia pressão na tentativa de voltar a ultrapassar o seu oponente depois de na volta inaugural ainda ter rodado à frente deste, ao mesmo tempo que se via também obrigado a deitar os olhos para atrás pois Carlos Pinto, bem melhor que inicialmente, rodava em “cima” das suas rodas para tentar subir. As posições não mais se alteram, mas as lutas foram fortes como as diferenças reduzidas assim o demonstram. A completar a classificação dos pilotos a pontuar tivemos Joel Sousa no sexto posto, ainda combalido com a queda sofrida na primeira manga, sentindo dificuldades para acompanhar o restante pelotão amealhando ainda assim importantes pontos que podem ser cruciais num Troféu que está a ter muita incerteza.
Concluídas as emoções do dia chegava o momento de premiar os melhores através das classificações gerais e, aproveitando a vitória da última manga, Ricardo Santos conseguiu subir ao lugar mais alto do pódio com um único ponto de vantagem sobre Bruno Castro, sendo este duo acompanhado por Luís Mateus em terceiro, Daniel Menoita em quarto e Carlos Pinto em quinto. No que às contas agregadas do Troféu diz respeito Luís Mateus encontra-se no bom caminho para tentar recuperar o título que foi seu em 2023 estando neste momento em primeiro com doze pontos de adianto sobre Daniel Menoita e mais treze sobre Joel Sousa que completa assim os lugares do pódio, relegando para quarto e quinto Dani Correia e Carlos Pinto.
Tarouca será a paragem que se segue já nos próximos dias 10 e 11 de Maio, uma vez mais um programa de dois dias num circuito que é geralmente do agrado de todos os pilotos e palco sempre de grandes espetáculos desportivos. Face ao que vimos até agora será certamente mais uma grande corrida de Qx pelo que convidamos todos os amantes da modalidade a estar presentes para dar mais brilho ao evento e, aos pilotos, desejamos bons treinos para que se apresentem na melhor forma. Até já.
TEXTO E FOTOS: BIKERZ PRESS