A meio de Abril a localidade de Vila Cova À Coelheira voltou a receber os ases das quatro rodas para a segunda etapa do Troféu Regional Quadrace de 2025, um evento aguardado com bastante expectativa face ao espetáculo que se assistiu na ronda inaugural. Num programa dividido por dois dias desta feita os pilotos foram separados pela respetiva classe e, à semelhança da primeira prova, Victor Pereira não deu hipóteses à concorrência dominando as operações na classe Promoção.

Ao contrário do que é habitual a segunda ronda do ano pontuável para o Troféu Regional Quadrace viu o seu programa ser dividido pelos dias de sábado e domingo em função de ser realizada em conjunto com o Campeonato Regional PentaControl Mx o que tornava o horário mais apertado. O primeiro dia ficou reservado às sessões de treinos livres e as grandes emoções para o dia seguinte começando desde logo com os treinos cronometrados que ditariam a ordem de entrada para as provas da tarde. Demonstrando que o domínio exercido na primeira ronda não foi obra do acaso Victor Pereira (#72) começou desde cedo a ditar leis ao ser o mais rápido ao traçado com uma diferença considerável, mais de dois segundos, face ao segundo colocado Tiago Vaz (#91) que continua a dar mostras de ser o que mais se aproxima do líder. Um pouco mais recuado Eduardo Queirós (#10) conseguia levar a melhor por uma escassa diferença sobre o estreante Ângelo Azevedo (#14) o que fazia antever grandes lutas para a tarde de domingo, algo de que Bruno Coelho (#17), o quinto colocado, não queria ser descartado.

Depois de ser cumprido o período reservado ao horário de almoço chegava o momento das principais hostilidades com os pilotos a alinharem atrás da grelha de partida para a primeira manga do dia. Tal como já mostrou por diversas vezes em duas rodas Tomás Mariana (#99) colocou em prática a sua capacidade de obter bons arranques ao rubricar o holeshot, trazendo atrás de si um pelotão ávido de o suplantar que era comandado por Daniel Fonseca (#113) e o mais rápido da manhã Victor Pereira. Esta foi uma situação de corrida de pouca duração já que na segunda volta ao circuito já tínhamos Pereira no comando das operações, sendo agora Tiago Vaz o adversário a exercer pressão sobre Mariana na tentativa de subir à vice-liderança, algo que acabou mesmo por acontecer na terceira volta da corrida e que poderia dar a entender que iria em busca da vitória. No entanto Pereira não baixava os braços no primeiro posto e foi conseguindo ganhar um avanço confortável sobre todos os perseguidores até que a bandeira de xadrez foi mostrada, obtendo assim mais um triunfo para juntar ao seu palmarés. Relativamente a Vaz, incapaz de alcançar o comandante foi mantendo à distância Mariana que procurava manter o resto dos adversários atrás de si, sendo essa mesma a ordem no final com Vaz em segundo, Mariana em terceiro e, mais atrás destes em luta deste o início até ao fim, um grupo de três competidores que não ficaram separados por muito tempo. Desse trio quem se ia conseguindo manter em melhor posição era Daniel Fonseca que, após o arranque entre os primeiros, acabou por descer a quarto bem cedo entregando-se de corpo e alma à defesa deste posto ao longo do tempo sendo sempre pressionado por Bruno Coelho e Eduardo Queirós que, aqui e ao contrário do que é habitual, realizou um péssimo arranque. Os ataques e defesas foram-se sucedendo até que, a três voltas do final, Coelho conseguia mesmo relegar Fonseca para o quinto lugar e, aproveitando o facto de este ter de se manter na “retranca” face à pressão de Queirós, conseguiu amealhar uns segundos preciosos para ser o quarto colocado. Até ao término da corrida as classificações não mais se iriam alterar apesar de, mesmo em cima da linha de meta, Queirós tenha tentado um “último suspiro” em busca de melhores lugares, algo que não conseguiu por cento e sessenta milésimas de segundo, sendo assim Fonseca o quinto, Queirós o sexto e, alheio a todas estas escaramuças impondo um ritmo regular e dentro das suas possibilidades, Hugo Braga (#90) a ser o sétimo classificado. Nota final ainda para Ângelo Azevedo que, depois de ser dos mais rápidos na sessão matinal, não chegou sequer a completar uma volta com problemas mecânicos na sua mota que o afastaram do resto do programa do dia.

Completado mais um período de descanso a grelha de partida voltava a cair para a segunda manga do dia com a luta pelo holeshot a ser acérrima principalmente entre Daniel Fonseca e Victor Pereira que chegaram quase lado a lado à primeira curva, no entanto a trajetória mais larga do primeiro e sobre terra mais solta abriu a porta a que Victor Pereira fosse mais rápido na saída o que o tornava assim o autor do holeshot. Se isso não bastasse podemos afirmar que a história pela vitória também ficou logo escrita pois o piloto da Yamaha nunca mais olhou para trás começando desde os primeiros metros a ganhar segundos sobre todos os perseguidores, concluindo de forma tranquila, pela quarta vez em 2025, no lugar mais alto do pódio. Mais atrás as lutas eram maiores já que Fonseca conseguia aguentar-se na vice-liderança durante duas voltas, embora atrás de si vinha um grupo de ávidos concorrentes interessados em subir mais na tabela acabando tal por acontecer numa primeira instância na terceira volta com Tiago Vaz a subir a segundo e, duas voltas mais tarde, Eduardo Queirós a fazer o que não havia logrado fazer na manga inaugural que foi suplantar o oponente e assim atingir a terceira marca. Muitos poderia pensar que as lutas pelo pódio continuariam até final, contudo tal não aconteceu pois aos poucos as diferenças de ritmo foram sendo notórias e o piloto da KTM, Tiago Vaz, acabou por ser um segundo classificado totalmente isolado dos restantes, algo que foi copiado por Queirós que fechava os lugares do pódio também completamente à vontade. Daí para baixo já foi um pouco diferente pois Fonseca, não conseguindo acompanhar o ritmo dos mais rápidos, voltou a tarefas defensivas para manter atrás de si Bruno Coelho, algo que conseguiu até que a bandeira de xadrez foi mostrada com a diferença entre ambos a ser inferior a um segundo. Bem mais complicada foi a tarefa de Tomás Mariana que, a começar a sentir o desgaste de participar em duas e quatro rodas no mesmo dia, desta vez não conseguiu capitalizar o arranque entre os três primeiros e desceu várias posições até sexto ainda na primeira volta, lugar de onde não mais conseguiria sair acabando ainda assim por levar a melhor sobre Hugo Braga que, neste seu primeiro ano como federado, continua a não correr grandes riscos imprimindo andamentos regulares e consistentes que o têm levado sempre até ao final de cada corrida.

Chegado ao término de mais um dia bastante preenchido de corridas era o momento de fazer as contas gerais e, sem qualquer surpresa, os primeiros lugares do pódio ficaram ocupados pelos mesmos dois pilotos que ficaram nesses postos em ambas as mangas, Victor Pereira em primeiro e Tiago Vaz em segundo. Pelos lugares seguintes a incerteza foi bem maior já que quatro pilotos ficaram separados por apenas um ponto, cabendo a Eduardo Queirós o último lugar do pódio em igualdade pontual com Tomás Mariana e, um ponto atrás, Daniel Fonseca empatado com Bruno Coelho. Já no que ao Troféu diz respeito Victor Pereira dilatou o seu avanço sobre Tiago Vaz para doze pontos, Eduardo Queirós é o terceiro treze pontos atrás do segundo colocado e, bem mais próximos deste, Daniel Fonseca é o atual quarto na frente de Tomás Mariana.

Cerca de um mês foi o tempo que os pilotos tiveram para se preparar para a próxima corrida que terá lugar já nos próximos dias 10 e 11 de Maio no Complexo Motorizado Agostinho Cardoso “Makito” localizado em Tarouca, um traçado que é do agrado geral dos pilotos e sempre um palco de grandes espetáculos. Face ao que vimos até agora as lutas não irão faltar pelo que convidamos todos os amantes da modalidade a marcar presença para dar ainda mais cor ao evento. Até lá bons treinos.

Texto e Fotos: Bikerz Press