O segundo fim de semana de Novembro ficou marcado no Troféu Regional Quadrace com a realização da quarta ronda de 2024 na Quinta da Azenha em Lustosa, uma estreia absoluta nesta modalidade e que era um cenário ideal para as lutas que iriam decidir as classificações finais. Já experiente noutro tipo de modalidade o traçado nortenho recebeu pequenos ajustes para receber as motos de quatro rodas, tendo-se destacado no final Bruno Castro em Open e Elite, Vítor Magalhães em Promoção e Daniel Fonseca em Hobby.

Um total de dezasseis pilotos marcaram presença para enfrentar os mil e seiscentos metros de perímetro do Complexo Voltas & Rodas, uma vez mais preparado da melhor maneira pelo Clube Motard Figueiras. Apesar das previsões na semana anterior darem como certo a presença do sol foi debaixo de uma pequena chuva na maior parte do dia que se desenrolaram as corridas, no entanto as emoções começaram logo pela manhã com a realização das sessões de treinos e na cronometrada, a mais importante por ditar a ordem de entrada para a grelha, Bruno Castro (#30 - Elite) rubricava a melhor volta ao circuito deixando o segundo colocado e seu colega de equipa Ricardo Santos (#45 – Elite) a quase três segundos de diferença. Com uma diferença mínima para este Vítor Magalhães (#72 – Promoção) seria o terceiro colocado desta sessão, deixando já um pouco afastados Joel Sousa (#33 – Elite) e Daniel Menoita (#25 – Promoção) nos lugares seguintes. Na classe Elite de destacar ainda a presença pela primeira vez este ano de Dani Correia (#313), ao passo que na Promoção o líder do Campeonato Francisco Mota (#98) não iria além da sexta posição em termos globais adiante de Eduardo Queirós (#10), Bruno Coelho (#17), Joel Marinho (#77) e Carlos Pinto (#97). No que diz respeito aos Hobby Guilherme Ferreira (#37) surgia como o mais bem colocado na frente de Daniel Fonseca (#113), Nuno Oliveira (#9), Márcio Lopes (#2) e Simão Luz (#177).

Retemperadas as energias pelo período do almoço chegava o momento de dar início à primeira manga onde a luta pela melhor colocação na primeira curva foi aguerrida, com Vítor Magalhães a chegar primeiro a esta embora um pequeno deslize tenha permitido a Joel Sousa, a rodar na trajetória interior, assumir a liderança e ser o autor do holeshot. Este não poderia ser um melhor início para Sousa que, estando empatado no comando e na luta pelo título Elite, colocava de imediato em sentido toda a concorrência. Esta foi uma situação de corrida que perdurou por duas voltas com Magalhães a ser sempre a sombra do líder, no entanto Bruno Castro, que na primeira volta não ia além do quarto posto, depressa começava a atacar trazendo atrás de si Ricardo Santos que assim tentava não deixar Sousa levar a melhor na tabela, acabando estes por ultrapassar o segundo colocado na terceira volta e de imediato colocavam o líder sob pressão. Esta acabou por surtir efeito à quarta volta com os dois colegas de equipa a saltarem para os dois primeiros postos de onde não mais seriam desalojados e, apesar de terem rodado sempre juntos, nunca chegaram a trocar de posição. Na luta pelo terceiro posto Sousa foi conseguindo levar a melhor sobre Magalhães e Eduardo Queirós que não vinha muito longe, havendo várias alterações na classificação já perto do final, primeiro com Queirós a sentir problemas na sua mota que o obrigaram a abandonar, e depois com Magalhães a conseguir suplantar Sousa na luta pelo pódio. Se todos pensavam que assim viria a terminar enganaram-se pois na última volta o piloto da Yamaha apanhou um valente susto com a sua moto a deitar muito fumo, obrigando a reduzir o ritmo vendo assim Sousa regressar ao último lugar do pódio, todo ele ocupado por pilotos da Elite, acabando por ter de se contentar com a quarta marca e primeiro na classe Promoção. A surgir mais atrasado face ao habitual, Francisco Mota, que liderava o Campeonato Promoção, aparecia inicialmente somente em sétimo, onde aliás rodou bastante tempo, acabando por subir a quinto no final aproveitando da melhor maneira a desistência já referida de Queirós e a queda acentuada na classificação de Daniel Menoita que havia rodado à sua frente quase toda a manga. Atrás de si surgia um surpreendente Daniel Fonseca que, depois de ter tombado em conjunto com a sua mota na curva inicial aquando do arranque, não desistiu de lutar e foi recuperando tempo sobre todo o pelotão para conseguir ainda ascender até ao sexto lugar em termos globais e primeiro Hobby. Com aspirações de ainda conseguir atingir o título Carlos Pinto sentiu algumas dificuldades para acompanhar o ritmo dos pilotos que seguiam à sua frente não indo além de sétimo no global e terceiro na sua classe, deixando atrás de si Bruno Coelho em sétimo após uma corrida muito consistente e Simão Luz que acabaria por subir a nono na última volta com o abandono de Joel Marinho que havia rodado até esse momento junto a Coelho. A encerrar o lote dos dez melhores ficaria Daniel Menoita após o percalço referido anteriormente, ficando a tabela dos que terminaram concluída com Nuno Oliveira e Márcio Lopes. De entre os que não terminaram de referir ainda Dani Correia que voltava a não conseguir ter a sorte do seu lado com problemas que o obrigaram a deixar mais cedo a pista e Guilherme Ferreira que, por problemas na sua mota, não conseguiria sequer concluir a primeira volta.

Após um intervalo para recuperar as forças chegava o momento da segunda e última manga do dia, o momento de todas as decisões em todas as classes em termos de Campeonato, com três pilotos a ficarem de fora não conseguindo recuperar dos problemas sofridos anteriormente. Caída a grelha de partida quem conseguiu ser o mais rápido a chegar à primeira curva e a rubricar o holeshot foi Bruno Castro de forma destacada face ao restante pelotão trazendo atrás de si Daniel Fonseca, Ricardo Santos e Vítor Magalhães. Pior saída teve Joel Sousa que ficou parado na grelha, perdendo desde logo naquele momento cerca de dez segundos face a todos os outros. À semelhança do que havia acontecido na manga inaugural, apanhando-se no comando das operações, nenhum outro piloto conseguiu destronar Castro do comando das operações apesar da pressão constante inicialmente exercida por Vítor Magalhães que rodaria em segundo durante duas voltas, e depois por Ricardo Santos que desta forma amealharia os pontos necessários para atingir o título. Voltou a ser uma corrida em que os dois colegas de equipa rodaram juntos e quase sempre de forma destacada dos perseguidores até ao final apesar de não existirem mudanças de posição, enquanto mais atrás Magalhães conseguia ter uma pequena margem sobre um grupo alargado de pilotos que lutavam por melhores posições. Com várias trocas a sucederem-se um pouco mais atrás tudo levava a crer que Magalhães conseguiria ser o ocupante do último lugar do pódio, mas o azar continuou a surgir com a sua mota a sofrer novos problemas mecânicos levando a uma quebra acentuada de ritmo nas últimas voltas que permitiram a Daniel Fonseca primeiro e Daniel Menoita na volta seguinte ultrapassá-lo para serem terceiro e quarto respetivamente em termos globais e os vencedores nas suas classes, não restando outra alternativa a Magalhães que não fosse contentar-se com a quinta marca. Ainda assim conseguiu ficar adiante do último piloto que completava nesse momento o grupo que animou os presentes, neste caso concreto Carlos Pinto que seria o sexto por um escasso segundo. Quem também chegou a andar envolvido nesta guerra apesar do mau início foi Joel Sousa, no entanto o azar bateu à porta deste piloto com uma roda da sua moto a saltar levando-o a perder bastante tempo para, em plena pista, conseguir voltar a colocá-la no lugar e em condições de prosseguir. Com todos os volte faces verificados o sétimo posto ficou entregue a Bruno Coelho depois de perder algum tempo nas últimas voltas para o grupo onde também rodou grande parte da prova, ficando à frente do seu colega de equipa Joel Marinho que teria de se contentar com o oitavo lugar. De seguida na lista pudemos encontrar Simão Luz em nono, Nuno Oliveira em décimo e Márcio Lopes em décimo primeiro, ao passo que Francisco Mota, desde muito cedo a sofrer problemas no eixo traseiro da sua máquina, ficava arredado da luta pelos melhores lugares e a lutar por chegar ao final de modo a não perder um título que parecia garantido ao início concluindo assim em décimo segundo adiante de Joel Sousa que fechava a tabela depois do problema já referido anteriormente.

Chegada ao final a quarta e última etapa do ano chegava o momento de fazer contas e, em termos gerais, na classe Elite Bruno Castro levou a melhor sobre Ricardo Santos, Joel Sousa e Dani Correia, em Promoção e apesar dos problemas sofridos Vítor Magalhães foi o mais forte adiante de Daniel Menoita, Carlos Pinto, Francisco Mota e Bruno Coelho e, na classe Hobby, Daniel Fonseca superiorizou-se a Simão Luz, Nuno Oliveira, Márcio Lopes e Guilherme Ferreira. Em termos de Campeonato Ricardo Santos geriu da melhor forma ao longo do dia para ser o Campeão da classe Elite com apenas quatro pontos de avanço sobre Joel Sousa e treze sobre Bruno Castro, enquanto em Promoção, e apesar do calafrio sofrido, Francisco Mota alcançou o ambicionado título com catorze pontos de avanço sobre Carlos Pinto e vinte e dois sobre Daniel Menoita.

2024 terminou assim da melhor maneira, com muitas lutas, incertezas e suspense até ao final com tudo a poder mudar a qualquer momento. Foram quatro etapas onde vários pilotos mostraram qualidades para lutar pelo triunfo e que esperamos possamos ver novamente no ano que se avizinha sendo ambição da PentaControl acrescentar mais provas ao calendário e, assim, cativar a presença de mais pilotos. Até lá, bons treinos para todos.

Texto e Fotos: Bikerz Press