Reportagem Regional PentaControl Resistências 2024 Vila Cova À Coelheira - Francisco Salgado Sem Oposição Na Resistência De Motos
No passado fim de semana a localidade de Vila Cova à Coelheira recebeu, pela terceira vez, uma Resistência de motos em parceria com a PentaControl, sendo esta a terceira etapa pontuável para o Regional da especialidade no corrente ano. Com excelentes condições ao longo de todo o fim de semana o campeão em título Francisco Salgado manteve viva a esperança de revalidação ao dominar por completo os acontecimentos ao longo de todo o dia de domingo.
Com um traçado idealizado ao redor do Complexo Motorizado localizado no Estádio Dinis de Carvalho, foram vinte e dois os aventureiros que se deslocaram até ao interior do país para se enfrentarem ao longo da prova de resistência com a duração de hora e meia para as motos de duas rodas, sendo logo de notar a ausência na competição do então líder Luís Rodrigues (#836) que, apesar de estar a assistir, não pôde entrar em pista por ainda estar em convalescença das lesões sofridas no Mx das Regiões ao representar a PentaControl. Com um perímetro a rondar os quatro mil metros, onde apenas uma pequena parte coincidia com o traçado de Mx local, a manhã de domingo esteve reservada para a parte burocrática das inscrições, seguindo-se a sessão de treinos única para cada classe onde os participantes podiam tomar conhecimento do circuito e realizar voltas rápidas de modo a escalonarem a ordem de entrada para a grelha na tarde de corridas. Campeão em título e principal candidato à vitória, Francisco Salgado (#248) mostrou de imediato ao que vinha realizando a volta mais rápida deixando o segundo colocado a mais de catorze segundos de distância, neste caso concreto outro animador da competição Rui Sousa (#204). Por sua vez também este tinha uma pequena margem sobre o terceiro colocado Luís Ferreira (#193) que levaria a melhor sobre a recentemente regressada à competição Joana Gonçalves (#564) e sobre um nome muito conhecido do Nacional de Supermoto, Sérgio Rego (#35).
Cumprido o período de descanso ao almoço chegava o momento de dar início às hostilidades ao jeito do Mx com todos os pilotos alinhados atrás da grelha de partida e, assim que esta caiu, foi muita a luta para ver quem saía melhor o que originou de imediato uma queda que envolveu Luís Ferreira e Joana Gonçalves, dois dos principais candidatos ao pódio final. Apesar de quase assistirmos a um empate a três, quem acabaria por ser o primeiro a calcar a linha do holeshot seria Tomás Mariana (#99), no entanto depressa Francisco Salgado e Rui Sousa subiam para os lugares cimeiros surgindo na primeira volta com uma distância ainda curta entre si, cabendo o terceiro posto um pouco mais atrasado a Luís Fernandes (#517), piloto que no passado era um habitué nas provas de Mx e que aqui veio matar um pouco de saudades. Com o passar do tempo Salgado começou a imprimir um ritmo mais forte e impossível de acompanhar pelo restante pelotão, o que foi fazendo com que Sousa ficasse para trás entregue ao duelo que era travado com Fernandes que entretanto tinha recuperado os segundos perdidos na volta inicial e, a partir da quarta volta conseguia mesmo ascender à vice liderança. À medida que Salgado rumava a um triunfo incontestável o duo perseguidor rodou colado até meio da prova, momento em que Sousa parou na zona de assistência para abastecer a sua moto e perdia bastantes segundos para o adversário que, veio-se a provar mais tarde, optava por uma estratégia de prosseguir até ao fim sem qualquer paragem imprimindo um ritmo constante que lhe permitisse atingir esse objetivo. Regressado à corrida, e apesar de estar bastante atrasado, Sousa não baixou os braços e continuou a realizar tempos por volta muito semelhantes, não longe do seu melhor, mas suficientemente mais rápidos que os de Fernandes o que lhe permitiu, muito próximo do final, recolar à traseira deste na luta pelo segundo posto. Quando tudo levava a crer que seria uma guerra até à bandeira de xadrez deu-se um volte face, já na última volta, com Luís Fernandes a ficar parado no meio do circuito sem combustível e impossibilitado de prosseguir, entregando assim de bandeja o lugar intermédio do pódio a Sousa depois de uma excelente disputa entre ambos.
Relativamente aos postos seguintes, e apesar de já virem muito atrasados face aos líderes, a emoção também não faltou principalmente na primeira metade de prova já que, depois do desaire sofrido logo no arranque, Joana Gonçalves entrou ao ataque para ir subindo paulatinamente na tabela classificativa até que, quando atingimos sensivelmente o meio do tempo, se instalou no quarto posto por troca com Paulo Rodrigues que aí vinha a rodar desde a primeira volta. Ultrapassado o oponente a única senhora presente em pista ganhou uma margem razoável que lhe permitia rodar tranquila até ao fim da prova, sendo bafejada pela sorte na última volta ao subir a terceira com o abandono indicado anteriormente por um dos pilotos que seguia à sua frente. Igualmente em recuperação andou Luís Ferreira que, depois de ter retomado a corrida mais rapidamente no arranque que a sua adversária, na primeira volta já se encontrava na primeira metade da tabela e aos poucos foi-se aproximando dos pilotos que seguiam à sua frente acabando por suplantar Paulo Rodrigues na luta pelo quarto lugar na décima volta, nunca mais daí sendo desalojado. Muito regular ao longo de todo o tempo Rodrigues seria um merecido quinto colocado com o cair da bandeira de xadrez e, apesar de não ter mostrado capacidade para acompanhar quem ficou à sua frente, não teve dificuldade perante o resto do pelotão já que o sexo colocado ficou a mais de dois minutos. Não tendo surgido entre os melhores nas primeiras voltas, Pedro Costa (#330) foi obrigado a aplicar-se para subir na classificação ao longo da resistência e, depois de várias contendas com diversos pilotos, acabaria por ascender ao sexto posto no final da prova, relegando para sétimo Sérgio Rego que, mesmo tendo arrancado entre os primeiros, nunca conseguiu ser rápido como os demais instalando-se nesse posto a meio da corrida. Mais animada foi a luta pelos lugares imediatos com vários pilotos a rodarem próximos entre si e, terminada a prova de hora e meia, somente dezassete segundos separavam Carlos Ferreira (#499) que seria o oitavo adiante de João Monteiro (#129) em nono e um dos mentores desta organização Adriano Paiva (#694) em décimo.
Concluída esta terceira etapa de 2024 e retirados os pilotos não federados chegava o momento de recalcular a classificação do Campeonato e, aproveitando a sua regularidade ao longo das provas realizadas, Rui Sousa ocupa neste momento o topo da tabela com uma pequena margem de oito pontos sobre o segundo colocado que é atualmente Francisco Salgado. No entanto, com uma corrida ainda por realizar, não podemos descartar Luís Rodrigues que, apesar da ausência, ainda é terceiro a dezasseis pontos do líder trazendo atrás de si com apenas mais dois pontos Luís Ferreira que desta forma completa o lote de quatro pilotos que ainda podem atingir o título. Na presente altura, e mesmo só tendo estando na ronda inaugural, Filipe Oliveira é o piloto que encerra a lista dos cinco primeiros.
Com o ano a aproximar-se cada vez mais depressa do final fica a faltar a quarta e última corrida do ano, um evento que será realizado próximo de Viseu, mais concretamente Mundão, uma localidade que se estreou este ano em competições motorizadas com uma grande performance e que assim procura terminar o ano em grande. Com tudo ainda por decidir e sendo uma zona do país que tem bastantes aficionados deste desporto é de esperar uma boa afluência de pilotos dispostos a dar muito espetáculo a quem aí se desloque, Não percam a oportunidade no dia 24 de Novembro de visitar Mundão para mais este espetáculo desportivo, certamente não darão o tempo por perdido.
Texto e Fotos: Bikerz Press