Reportagem PentaControl Mx 2024 Tarouca - Nova Demonstração De Força De Francisco Matias Na Classe Promoção
Ponto de paragem obrigatória para o Campeonato Regional PentaControl Mx, o Complexo Motorizado Agostinho Cardoso “Makito” voltou a estar ao mais alto nível no passado dia 8 para a terceira ronda de 2024 do mais antigo Regional Mx do nosso país. Com uma semana de interregno o tempo de preparação para travar o líder da Promoção, Francisco Matias, era pequeno, mas o jovem piloto demonstrou, uma vez mais, que será muito difícil alguém conseguir batê-lo em pista ao amealhar o terceiro triunfo consecutivo.
Com vinte e sete pilotos presentes a classe Promoção voltava a prometer bastante espetáculo com os principais intervenientes a estarem presentes e dispostos a lutar pela vitória. Cumpridas as tarefas matinais de qualquer prova chegava o momento dos pilotos seguirem para a pista de modo a ficarem a conhecer as últimas alterações do traçado e, na sessão cronometrada que dita a ordem da grelha de partida, Francisco Matias (#294) dominou o pelotão com quase quatro segundos de avanço sobre o segundo colocado. De notar ainda que o tempo obtido pelo jovem espanhol o colocaria no pódio da classe Elite sendo dos únicos a conseguir saltar na totalidade o salto da meta. Mas de volta aos tempos quem surgia no segundo posto, também com um tempo afastado dos restates, era Luís Brandão (#215), relegando alguns dos seus principais oponentes como Hélder Costa (#388) ou Bruno Azevedo (#829) para os lugares seguintes. A encerrar o top 5, aproveitando o facto de “jogar” em casa e de conhecer bem o circuito, ficaria Tomás Mariana (#99).
Concluído o período do almoço tudo estava pronto para dar início à primeira manga e podemos afirmar que esta foi caótica para os principais pilotos. Dada a ordem para o baixar da grelha foram grandes as lutas para o holeshot que ficaria nas mãos de Pedro Cunha (#511), enquanto na primeira curva ficava por terra Pedro Azevedo que, além da queda, na confusão ainda foi abalroado por vários pilotos como Francisco Matias, Hélder Costa entre tantos que se viram envolvidos na confusão. Como se isso não bastasse, na terceira curva era a vez de Luís Brandão ficar pelo caminho com problemas mecânicos na sua moto que se recusava a trabalhar ficando assim impedido de continuar, desistência também imitada por Hélder Costa que, já recuperado da confusão do início, sofreu uma aparatosa queda que o deixou bastante atrasado optando por não prosseguir. Com todas estas peripécias surgia a oportunidade de outros brilharem e neste campo cabia a Ricardo Pacheco (#63) sobressair ao comandar as tropas nas duas primeiras voltas após suplantar o autor do holeshot Pedro Cunha. No entanto muitos poderiam ter-se esquecido, mas Francisco Matias continuava em prova e, na terceira volta, surpreendia todos ao aparecer já no primeiro posto disparando literalmente para uma vitória incontestável, com mais de um minuto e dez segundos de avanço sobre o segundo colocado, realizando voltas quase sete segundos mais rápidas que os perseguidores. Quem também subia aos poucos na classificação era Tiago Barbosa (#399) vindo de quinto na primeira volta para segundo na quarta passagem pela linha de meta, seguido por Tomás Mariana que foi um dos que “levou” com a escaramuça inicial e na primeira volta surgia somente no meio da tabela. Apesar de as posições de estes dois nunca se terem alterado os seus ritmos eram muito idênticos e rodaram sempre próximos na luta pela vice-liderança, nunca podendo reduzir o ritmo pois não muito longe vários pilotos lutavam e trocavam de posições para tentar chegar mais além. Após vários sobe e desce e erros a aparecerem, dois pilotos destacaram-se desse grupo para ficarem isolados a lutar pelo quarto e quinto lugares, acabando por se sair melhor Tiago Vilaça (#197) ao subir a quarto a duas voltas do final por troca com Nuno Coutinho (#137) que não conseguiu mais suster o seu oponente. Se pelos lugares cimeiros havia lutas pelos seguintes não era diferente e, apesar de terminar em sexto, lugar que ocupou nas últimas voltas, Márcio Francisco (#221) teve de suar para resistir à aproximação de Tiago Veloso (#24) que se procurava redimir de um erro inicial. De facto, o piloto da Suzuki, depois de ter rodado em terceiro na fase inicial, acabou por sofrer uma queda que o fez perder bastantes lugares, obrigando a esforço redobrado para recuperar vários lugares entre os quais cinco só nas últimas duas voltas para concluir em sétimo. Um desses relegados para postos mais recuados foi Marco Cerqueira (#331) na última volta, ele que por sua vez também conseguiu ultrapassar o nono colocado final Miguel Almeida (#94), entre outros, com a meta já “à vista”. A fazer a estreia no Campeonato Rúben Faria (#913) acabaria por encerrar o top 10 desta primeira manga, estando sempre envolvido em várias guerras durante o tempo de prova.
Mais pacífico, o arranque da segunda batalha do dia decorreu sem grandes confusões e Pedro Cunha voltava a mostrar aptidões ao sair em primeiro para novo holeshot, trazendo atrás de si Francisco Matias. Apesar de desta vez os principais “tubarões” estarem em pista, Matias voltou a não dar hipótese a ninguém liderando a corrida desde a primeira até à última passagem pela linha de meta, de forma completamente descansada com quase quarenta segundos de avanço sobre a perseguição. Se inicialmente essa oposição era exercida por Ricardo Pacheco depressa passou para as mãos de Hélder Costa já que a partir da segunda volta o piloto da Yamaha ocupou-se do segundo posto dando a entender que poderia aí terminar. No entanto, a redimir-se da desistência na primeira manga e de um péssimo arranque, Luís Brandão vinha de “faca nos dentes” desde a cauda do pelotão a subir lugares volta após volta para se encostar ao vice-líder e ultrapassá-lo quando faltavam cinco voltas para o fim, abrindo uma pequena margem sobre Costa que o mantinha a salvo de qualquer contra-ataque. Com isto Brandão era o segundo adiante de Costa, estando novas emoções reservadas para os lugares seguintes já que as peripécias da primeira manga colocavam a luta pelo pódio à geral nos lugares que se seguiam e qualquer mudança trocava tudo. Do grupo que se seguia na tabela saltava mais à vista a Suzuki de Tiago Veloso ao rodar a maior parte do tempo no quarto posto em que viria a terminar, embora muito acossado ao longo da manga por vários pilotos como Tomás Mariana ou Tiago Barbosa, contudo no final com quem mais teve de se precaver foi Pedro Azevedo que, uma vez mais, se viu na cauda do pelotão no início da corrida para, além de encetar uma extraordinária recuperação até quinto quando estávamos a três voltas do término, aproveitar alguns erros e quedas protagonizados pelos pilotos que seguiam à sua frente. Um deles foi Mariana que sofria uma queda muito próximo do final e que na prática lhe roubou o segundo posto à geral, contentando-se aqui com a sexta posição, ficando na frente de Barbosa que mesmo andando sempre próximo, nunca conseguiu aplicar ataques efetivos ao piloto da Husqvarna. Mas só de ataques não se faz uma corrida e a defesa dos atrás referidos também era importante pois poucos segundos os separavam de um outro duo que repetia a luta da primeira manga, embora desta vez Nuno Coutinho tenha conseguido resistir até final ao ser oitavo adiante de Tiago Vilaça que era nono, estes não permitindo dessa forma que Márcio Francisco obtivesse melhor que o décimo posto já bastante recuado.
Com tantas peripécias e trocas de posição apenas a vitória era garantida em termos gerais para Francisco Matias enquanto os restantes tinham de fazer contas, acabando por ser ladeado por Tiago Barbosa e Tomás Mariana, estes separados pela margem mínima, cabendo a Tiago Veloso e Tiago Vilaça o fecho do top 5. No Campeonato Matias disparou face à concorrência tendo já cinquenta e dois pontos de avanço sobre os perseguidores, enquanto entre o segundo e o quinto há apenas doze pontos de diferença com Hélder Costa a ser segundo, Luís Brandão terceiro, Tiago Barbosa quarto e Nuno Coutinho o quinto colocado.
Espetaculares é o mínimo que se pode dizer das provas até agora realizadas e certamente que os próximos eventos não fugirão à regra com a próxima paragem a ser já no fim do mês na bonita localidade de S. João da Pesqueira. Com um traçado mais curto e técnico as diferenças serão mínimas entre os principais animadores pelo que será mais uma grande corrida de Mx que não devem perder. Contamos com todos.
Texto e Fotos: Bikerz Press