Reportagem PentaControl Mx 2024 Lustosa - Francisco Matias Autoritário Face À Concorrência Na Promoção
Arrancou no passado fim de semana mais uma edição do Campeonato Regional PentaControl Mx, representando igualmente um regresso à localidade de Lustosa, mas concretamente ao Complexo Voltas & Rodas da Quinta da Azenha. Era com muita expetativa que se aguardava por este início que, primariamente, estava agendado para outro local, no entanto quem aqui se deslocou não ficou certamente defraudado com uma boa afluência de pilotos a dar bastante espetáculo. Na classe Promoção Francisco Matias não poderia ter uma melhor estreia entre os federados da Promoção sendo o mais forte do pelotão ao longo de todo o dia.
Um total de trinta pilotos deslocaram-se até ao norte do país para o primeiro confronto do ano e, concluídas as burocracias matinais, chegou o momento de os pilotos começarem a rodar no circuito nas sessões de treinos. Se nos livres o equilíbrio foi a nota dominante, nos cronometrados já se começaram a notar algumas diferenças nomeadamente quanto ao mais rápido com Francisco Matias (#294) a deixar a perseguição a mais de sete segundos. Atrás o equilíbrio mantinha-se com Luís Brandão (#215) a ser segundo por apenas treze milésimas de segundo sobre Pedro Azevedo (#829), ao passo que Diogo Parente (#244) e Rodolfo Castro (#19) ocupariam os restantes lugares do top 5.
Depois de cumprido o horário de almoço, que se prolongou um pouco mais devido a alguns contratempos na manutenção do circuito, o momento tão aguardado de todos se juntarem atrás da grelha de partida para as corridas principais chegou. Assim que foi dada a ordem de partida foram intensas as lutas para ver quem ocuparia o holeshot, mas Francisco Matias queria deixar a sua marca desde o início e colocou-se na liderança de onde nunca mais seria desalojado, ganhando tempo sobre os perseguidores volta após volta para terminar com o primeiro triunfo do dia deixando a mais de cinquenta segundos o segundo colocado. Pelos postos seguintes a incerteza pairava no ar e se no princípio cabia a Rodolfo Castro o lugar intermédio do pódio, atrás de si vinha um ávido grupo de oponentes dispostos a estragar os planos do piloto da KTM. Entre estes Diogo Parente seria o mais lesto a subir na tabela passando a ser o segundo classificado a partir da quarta volta, sendo seguido um pouco mais tarde por Hélder Costa (#388) e Luís Brandão que tinham ainda esperança de subir mais na tabela. Estes três pilotos acabaram mesmo por se isolar do restante pelotão, rodando sempre muito próximos embora com poucas trocas entre si sendo mesmo a exceção na penúltima volta com Brandão a conseguir sobrepor-se a Costa para, na última volta, os lugares voltarem a inverter-se o que ditaria que Parente era segundo, Costa ficava em terceiro e Brandão em quarto. Relativamente a Rodolfo Castro o passar do tempo fê-lo atrasar-se face ao grupo inicial não se mostrando tão rápido como certamente desejaria e, quando faltavam apenas duas voltas para o término da primeira manga, ainda sucumbiria aos ataques lançados por Tiago Vilaça (#197) que, depois de ter um mau arranque que o colocavam a meio do pelotão na primeira volta, foi obrigado a aplicar-se ao máximo neste seu regresso à competição para ainda assim concluir no quinto posto adiante de Castro. Também muito próximo, mas insuficiente para ir além da sétima marca, ficaria Nuno Coutinho (#137) após rodar muito tempo neste lugar, levando a melhor sobre Rodrigo Magalhães (#330), Tomás Mariana (#99) e Márcio Francisco (#221) que assim encerravam o top 10 deste primeiro embate.
Depois de um merecido descanso os pilotos aprontaram-se para o início da segunda contenda do dia e, assim que a ordem de partida foi dada, a confusão instalou-se com vários pilotos a ficarem caídos na primeira curva, entre eles o dominador do dia Francisco Matias. Indiferente a isso esteve Afonso Portela (#267) que conseguia ser o mais lesto a sair da primeira curva, levando atrás de si pilotos como Hélder Costa ou Diogo Parente que desta forma procuravam aproveitar o desaire do principal adversário para se instalarem na liderança. Aliás foi isso mesmo que aconteceu ainda na primeira volta com Costa a subir para o comando das operações sendo seguido na volta seguinte por Parente e Tiago Vilaça que também tinha um arranque mais bem conseguido dando-lhe esperanças de um melhor lugar na classificação final. Quanto a Matias apenas aparecia a meio do pelotão na primeira passagem pela linha de meta e, apesar de continuar a ser dos mais rápidos em pista, muitos poderiam pensar que já se tratava de demasiado tempo para recuperar. No entanto se assim pensaram bem depressa se enganaram já que enquanto Costa dominava os acontecimentos sempre pressionado de perto por Valente, Matias ia subindo na tabela, ganhando segundos preciosos, e acabou mesmo por atingir a liderança da prova quando pouco depois de metade do tempo cumprido ultrapassava os oponentes para rumar a novo triunfo, sem mácula, com mais de meio minuto de adianto sobre o duo que passou a persegui-lo, Hélder Costa e Diogo Valente. Quanto a estes as posições nunca se inverteram sendo segundo e terceiro respetivamente, deixando o quarto posto para Tiago Vilaça que rodou praticamente todo o tempo nesse lugar e de forma isolada. Contudo, já mais próximo do final, ainda teve de se acautelar com o aproximar de Luís Brandão que vinha em franca recuperação após também ele se ver envolvido nas confusões da primeira volta deixando-o bastante atrasado, tendo de se contentar com o encerramento do top 5. Se pelos primeiros lugares não se podia lançar prognósticos quanto ao desfecho final, nos lugares a seguir a história era semelhante senão basta ver as diferenças finais entre os pilotos com seis segundos a separarem o sexto e o nono colocado que, após várias trocas entre si, seriam por esta ordem, Nuno Coutinho, Márcio Francisco, Tomás Mariana e Rodolfo Castro, relegando para a décima posição Tiago Barbosa (#399) que mesmo estando envolvido na luta grande parte do tempo acabou por não conseguir acompanhar os adversários nas últimas voltas.
Terminada a primeira corrida do ano chegava o momento da contabilização final que seria idêntica em termos de corrida e Campeonato com Francisco Matias a ser um claro dominador deste evento, sendo ladeado nos lugares do pódio por Hélder Costa em segundo e Diogo Parente em terceiro embora empatados em termos pontuais. Também empatados, mas pelo quarto e quinto lugar, Tiago Vilaça acabou por levar a melhor sobre Luís Brandão.
Com a incerteza que tem pairado em termos meteorológicas e o adiamento de algumas corridas nacionais que originaram acertos no nosso Campeonato, estes pilotos terão agora um período de descanso de dois meses sensivelmente com a próxima ronda a ser somente no dia 2 de Junho no que será uma estreia em absoluto de Vila Cova à Coelheira no nosso calendário. Já conhecida por realizar bons espetáculos de resistência esta localidade está já a ultimar o seu novo circuito de Mx para proporcionar boas condições a todos os pilotos que aí se desloquem, permitindo a estes darem um excelente espetáculo ao público que os irá apoiar. Convidamos todos a estarem presentes pois certamente não se vão arrepender.
Texto e Fotos: Bikerz Press